Em 1996 foi estimado que a reciclagem polimérica no Brasil crescia em média 15% ao ano desde o início da década. Em 2000, a Plastivida (marca registrada de propriedade da ABIQUIM, Associação Brasileira da Indústria Química) estimou um índice médio de reciclagem em torno de 17,5%. As pesquisas mostraram as taxas de reciclagem de polímeros na Grande São Paulo, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul que apresentou a maior taxa, de 27,6%. O PE e o PP são os polímeros reciclados por um maior número de empresas recicladoras, e cerca da metade destas empresas reciclam de 20 até 50 t/mês, poucos superam a faixa de 100 t/mês.
Entre as principais aplicações dos polímeros reciclados estão as utilidades domésticas. Os preços dos polímeros pós-consumo para reciclagem variam dependendo da oferta por região, das condições (sujo ou limpo, solto ou enfardado) e da origem (sucateiros, coleta seletiva, catadores, unidades de triagem). Embora muitos recicladores comercializem polímero reciclado na forma de granulado, a maioria deles transformam o polímero até obtenção do produto final. (SPINACÉ; PAOLI, 2005)
Poucas pessoas sabem a respeito da reciclagem polimérica, muito menos que existem quatro tipos da mesma. O assunto vem sendo cada vez mais discutido e é de extrema importância tanto para o momento que estamos vivendo, quanto para o futuro.
Reciclagem Mecânica
O primeiro método de reciclagem, que atualmente é o mais comum no Brasil, é chamado de “reciclagem mecânica” ou “reciclagem primária”. Trata-se de um processo onde os resíduos são convertidos novamente em produtos através de métodos de processamento comuns, como por exemplo a extrusão e a injeção.
Para que esse meio de reciclagem seja realizado, existem algumas etapas que são cruciais com o intuito de que ele seja efetivo. Essas etapas são:
1) Separação do resíduo polimérico: podendo ser manual ou automatizada, essa etapa consiste em separar os resíduos mediante suas identificações ou testes específicos.
2) Moagem: nesse estágio o resíduo deve passar pelo moinho de facas e em seguida ser peneirado na forma de pellets.
3) Lavagem: em tanques que normalmente contém água e detergentes aquecidos, os pellets são lavados para que saiam o máximo de impurezas possíveis.
4) Secagem: através de processo mecânico e/ou térmico é realizada a secagem, que é uma etapa de extrema importância, já que alguns polímeros sofrem hidrólise durante o reprocessamento.
5) Reprocessamento: adicionando cargas de reforço junto aos pellets (formulamento), as propriedades dos polímeros reciclados melhoram, o que os torna competitivos aos polímeros virgens. Após o formulamento, os pellets estão prontos para serem reprocessados e se tornarem novos artefatos.
Reciclagem Secundária
A “Reciclagem secundária” é conversão dos resíduos poliméricos provenientes dos resíduos sólidos urbanos por um processo ou uma combinação de processos em produtos que tenham menor exigência do que o produto obtido com polímero virgem, por exemplo, reciclagem de embalagens de PP para obtenção de sacos de lixo.
Reciclagem Química
“Reciclagem química” ou “reciclagem terciária” é como é chamado o terceiro meio de reciclagem. Ocorre através de processos de despolimerização por solvólise (hidrólise, alcoólise, amilose), ou por métodos térmicos (pirólise à baixa e alta temperaturas, gaseificação, hidrogenação) ou ainda métodos térmicos/catalíticos (pirólise e a utilização de catalisadores seletivos).
Reciclagem Energética
Já o quarto tipo é conhecido como “reciclagem energética” ou “reciclagem quartenária”. Nesse tipo, a reciclagem acontece por intermédio da incineração, onde os resíduos têm a capacidade de gerar energia, vapor ou calor.
No atual momento a reciclagem de polímeros não é considerada uma atividade com alto retorno financeiro, devido o fato de o custo da coleta seletiva ser muito alto. Com base nessa e em outras circunstâncias, o plástico acaba de se tornando um vilão no meio ambiente, principalmente pelo descarte em locais inadequados. É necessário que várias ações sejam tomadas em um âmbito tanto nacional quanto mundial para que a reciclagem seja mais utilizada, pois é uma grande forma de minimizar o impacto ambiental causado por esses resíduos em aterros sanitários.
Após conhecer um pouco a respeito destes processos de reciclagem polimérica, passamos a enxergar esses resíduos de forma mais cuidadosa, observando o seu descarte correto e a não utilização do mesmo quando não se fizer necessário.
Autora: Ana Clara Machado