No Brasil, o couro tem se consolidado como uma das alavancas para a economia do país, gerando cerca de 1,88 bilhões de reais anuais. No entanto, este setor gera uma grande quantidade de resíduos sólidos provenientes da indústria do curtume.
Calcula-se que para cada tonelada de matéria prima, são produzidos 200Kg de couro e 600Kg de resíduo sólido. Devido a essa grande quantidade de resíduo e aos custos elevados para tratá-los, há a necessidade de estudos para reciclagem e reutilização do resíduo de couro.
Resíduos provenientes da Indústria de Couro
Há diversos tipos de resíduos da indústria de couro gerados nas diferentes etapas do processo de produção, tais como: Aparas não caleadas, aparas caleadas, carnaça, serragem cromada, pó de lixadeira, lodo de cromo, entre outros.
Dentre esses resíduos destaca-se o lodo de cromo, produzido durante o curtimento do couro, etapa onde se fornece ao material substâncias tanantes que conferem a ele melhores propriedades de durabilidade. Porém, devido suas características tóxicas, o cromo 3 causa sérios danos à saúde e ao meio ambiente. Além disso, tem como destino os aterros, os quais necessitam de alto custo de investimento para manutenção e controle; custando aos curtumes cerca de R$160 por metro cúbico, um total de R$12.800,00 por mês.
Outro resíduo gerado em grande quantidade é a serragem cromada, que é gerado na etapa de uniformização da espessura do couro curtido. Este resíduo apresenta aspecto de serragem e devido a seu baixo peso específico, ocupa muito espaço nos curtumes.
Alternativas para aplicação dos resíduos
Uma alternativa possível para estes materiais, é a implementação na produção de tijolos, telhas, blocos de concreto e revestimentos cerâmicos (pisos, azulejos, etc), onde é possível obter materiais com propriedades atraentes e com baixo custo.
Na literatura há registros da implementação do resíduo serragem cromada na produção direta de tijolos de solo-cimento e tijolos de argila queimados ao forno. Com a realização de diversas análises como ensaio de solubilização, lixiviação e análises espectrofotométricas, para a determinação de composição e comportamento do resíduo, sabe-se que este apresenta características e composições adequadas de metais para a implementação em materiais cerâmicos , á uma determinada porcentagem.
Outra aplicação que se mostra viável, é a utilização do lodo de cromo para a produção de pigmentos para revestimentos cerâmicos. Para esta aplicação, algumas etapas de tratamento do lodo são fundamentais, como extração dos sais do resíduo de cromo, secagem e calcinação. Os matérias de vidrado obtidos tem excelentes características para a sua utilização.
No Brasil, já há a implementação em algumas olarias do interior de São Paulo, mas ainda há diversos estudos a serem realizados sobre os resíduos de couro gerados em diversas etapas; e é preciso levar em consideração o grande potencial que este material tem, não só para o setor de construção civil, mas também para outros setores da indústria; assim como o grande beneficiamento financeiro que pode trazer para as empresas e a diminuição dos impactos que estas ações podem causar no meio ambiente.
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